Natal
Um anjo imaginado
Um anjo dialéctico, actual,
Ergueu a mão e disse: - É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.
Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra e de incenso e oiro
Derramados
No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:
À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternamente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?
Miguel Torga in “Poesia Completa II”,a págs. 686
A TODOS DESEJO UM
A TODOS DESEJO UM
3 comentários:
Bom Natal.
Beijos.
Um poema de Natal próprio de uma determinada época. Hoje, a forma de o escrever seria totalmente diferente utilizando outra linguagem.
FELIZ NATAL
Tudo de bom por aí
Manuel
Sempre Torga com as palavras certas...
Espero que o seu Natal tenha sido bom e que o ano de 2015 seja um ano Melhor.
Beijo, minha amiga.
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