Não digo do Natal – digo da nata
do tempo que se coalha com o frio
e nos fica branquíssima e exacta
nas mãos que não sabem de que cio
nasceu esta semente; mas que invade
esses tempos relíquidos e pardos
e faz assim que o coração se agrade
de terrenos de pedras e de cardos
por dezembros cobertos. Só então
é que descobre dias de brancura
esta nova pupila, outra visão,
e as cores da terra são feroz loucura
moídas numa só, e feitas pão
com que a vida resiste, e anda, e dura.
Poema de Pedro Tamen
4 comentários:
Quase de partida, passo para lhe desejar Festas Felizes.
Até breve
Quase me faltou o fôlego!
Poema lindo de Pedro Tamen.
Não conheço o autor, mas é um excelente poema.
Beijo, querida amiga.
Deixo-te um beijo :-)
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