Não ouço, daqui, o repicar dos sinos,
nem os coros de natal, nem, sequer,
o alvoroço, que o meu riso de criança
transportava. Eu sei : a infância
perdeu-se no lugar onde nasci.
Contudo, a um canto da memória,
está, ainda, resistindo ao sono,
a menina que fui. E, ano após ano,
aguardo, com ela, um menino jesus,
para sempre adormecido no meu peito.
Poema de Graça Pires
in, "Quando as estevas entraram no poema, 2005"
nem os coros de natal, nem, sequer,
o alvoroço, que o meu riso de criança
transportava. Eu sei : a infância
perdeu-se no lugar onde nasci.
Contudo, a um canto da memória,
está, ainda, resistindo ao sono,
a menina que fui. E, ano após ano,
aguardo, com ela, um menino jesus,
para sempre adormecido no meu peito.
Poema de Graça Pires
in, "Quando as estevas entraram no poema, 2005"
3 comentários:
MM
Santo e Feliz Natal.
Tretas
Natal Divino
Natal divino ao rés-do-chão humano,
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
À lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.
O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…
Miguel Torga
Encantador poema este, da Graça Pires.
Seja-me permitido este comentário em jeito de metáfora:
AS MENINAS DEVERIAM PERMANECER SEMPRE MENINAS, COM A SUA VERDADE E A SUA PUREZA NATURAL !
Carlos Ferreira
Ouvir o Natal cá dentro: o segredo mais bem guardado por aqueles que amam o Natal por aquilo que "ele" é e não por aquilo que traz.
Há, assim a um canto, a menina que o não esquece. Muito belo (mesmo lido em Fevereiro...)
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