Um barco desliza nas águas ao de leve sonoras.
Enquanto a noite desce como um lençol suavemente escuro
apagando o rio, que era azul
e agora já é um espelho prateado deitado sobre o mundo.
Alongado pela vastidão que se recolhe nos olhos de quem só olha.
Há em tudo uma paz impossível, e eu vejo o teu rosto e tu pareces não ser.
Olho-te de novo, e tu olhas-me assim:
tão perto e tão longe, no fundo de mim, que me deixas mais nu.
Eu sei:
és aquela que me ama do fundo das águas
que agora nos unem.
Eu sou aquele que procura
e te dá o silêncio inteiro das minhas duas mãos nas tuas.
Pois, no fim desta escuridão
somos sempre sozinhos.
A partir de agora, entre nós
não haverá mais segredos.
Poema e foto de José Alberto Mar
- In, Colectânea "Os Dias do Amor". Pág. 304,
Editora Ministério dos Livros.2009
9 comentários:
Lindíssima a foto... no espelho das palavras, num encontro perfeito.
Um beijo meu.
Perdido 1 tanto ou quanto entre os vários ramos da "Menina Marota", do "Refúgio", da "Poesia Portuguesa" e da "O."
vejo como a foto e o poema se saem bem neste fundo negro, depois da árvore aluada de Pina Baush e o mais que virá,antes da morte que não existe.
bjis
j.a.m.
Magia pura... Um encontro perfeito de dois amantes como todos sonhamos já um dia...Obrigado por nos permitir ler este poema belissimo numa mescla perfeita com esta melodia... Confesso-me fascinada...
bjs
Poema bem escolhido: como diz Daniel Filipe "é urgente o amor".
Abraço.
.
Belíssimo.
Z.
.
Os poemas e as fotos son maravilhosas, continue assim.
Visita rápida...bjinho.
Bom fim de semana.
'e tu pareces não ser'
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Nem tudo o que parece, é!... Algo semelhante, ao existir, sem existir.
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel
Matando saudades...
Bom fim de semana
Beijos
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