Imagem da Luana
Na tua boca cantou subitamente uma voz
E, ao dizeres o meu nome na rede de um abraço,
o rio que outrora bordava o campo emudeceu
com as suas pedras lisas. Então, foi possível
ouvir o vento soprar nas asas das borboletas
e os lagartos recolherem-se nos veios dos muros
e o sol ferir-se nos espinhos das roseiras.
Sobre a colina quente passou uma nuvem
e uma ave poisou, perplexa, no fio do horizonte -
por um instante, o dia mostrou as suas pálpebras tristes;
e, na brancura cega desse entardecer, a tua mão
escorregou pela inclinação do sol e veio contar
as sombras do um decote.
São assim as mais pequenas histórias do mundo.
E, ao dizeres o meu nome na rede de um abraço,
o rio que outrora bordava o campo emudeceu
com as suas pedras lisas. Então, foi possível
ouvir o vento soprar nas asas das borboletas
e os lagartos recolherem-se nos veios dos muros
e o sol ferir-se nos espinhos das roseiras.
Sobre a colina quente passou uma nuvem
e uma ave poisou, perplexa, no fio do horizonte -
por um instante, o dia mostrou as suas pálpebras tristes;
e, na brancura cega desse entardecer, a tua mão
escorregou pela inclinação do sol e veio contar
as sombras do um decote.
São assim as mais pequenas histórias do mundo.
(Poema de Maria do Rosário Pedreira in "O Canto do Vento nos Ciprestes", 2001)
3 comentários:
Gostei muito desta brava eternamente doce...
Fico muito grata com a honra...
Está verdadeiramente uma beleza. Pensou no que lhe disse? Aguardo o seu contacto.
Cumprimentos da
MR
Muito, muito belo, este poema.
Detive-me na 2º estrofe, disse-a em voz alta... Depois percebi que talvez não fosse por ser a mais bela de todas, porque as restantes eram tão ou mas ricas, e o poema completo. É que gostei mesmo! :-)
Um grande abraço para ambas: para autora e para a dona desta casa poética, onde a alma se passeia e se sorri.
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