segunda-feira, 8 de junho de 2015

Sopro de vida

Elena Koupaliantz


Começar o poema
como quem atravessa  areia  escaldante
do deserto

Começar o poema
como quem espera chuva miudinha
no quente meio-dia de Maio

Começar o poema
como quem sente a liberdade dos pássaros
cruzando a imensidão do céu

Começar o poema
como barco sulcando as marés vivas
do oceano

Entre o começar e o finalizar
há um  imutável sopro de vida.



3 comentários:

Delfim Peixoto disse...

Poesia. Gostei da simplicidade que nos leva a meditar.
BJ

Graça Pires disse...

E fazer do poema o nosso lugar de liberdade...
Gostei, minha Amiga.
Um beijo.

A.S. disse...

Há sempre esse sopro
que fecunda a vela de onde nasce,
solitária, toda a poesia...

Beijos,
AL