SONETO LXXVI
Porque de orgulho são tão nus meus versos,
tão limpos de contraste e mudanças?
Porque, com o tempo, não vão sendo imersos
em novo estilo e estranhas esquivanças?
Porque escrevo eu sempre tão igual ao que era,
mantendo-me fiel ao que inventei,
que cada termo é como se dissera
quanto de mim procede que o gerei?
Que é só de ti, meu doce amor, que escrevo
contigo e Amor aos devaneios basto;
e o meu saber de poeta é este enlevo
de ainda outra vez gastar o que está gasto.
Tal como o Sol é novo cada dia,
assim do Amor eu digo o que dizia.
William Shakespeare
In “Poemas de Amor”,
a págs 62
(Edição Alma Azul)
Imagem Google
4 comentários:
Excelente escolha, lindo poema
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
William Shakespeare tem poemas de amor muito belos. Foi bom encontra-lo aqui.
Uma boa semana, minha querida Amiga.
Um beijo.
Achei lindo o poema muito bom mesmo obrigada por compartilha.
Bom dia, Maria Rodrigues, Graça Pires e Paola de Melo.
Grata pela pela vossa presença e palavras.
Um abraço
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