domingo, 5 de julho de 2009

Encontro



Um barco desliza nas águas ao de leve sonoras.
Enquanto a noite desce como um lençol suavemente escuro
apagando o rio, que era azul
e agora já é um espelho prateado deitado sobre o mundo.
Alongado pela vastidão que se recolhe nos olhos de quem só olha.

Há em tudo uma paz impossível, e eu vejo o teu rosto e tu pareces não ser.
Olho-te de novo, e tu olhas-me assim:
tão perto e tão longe, no fundo de mim, que me deixas mais nu.
Eu sei:
és aquela que me ama do fundo das águas
que agora nos unem.
Eu sou aquele que procura
e te dá o silêncio inteiro das minhas duas mãos nas tuas.
Pois, no fim desta escuridão
somos sempre sozinhos.
A partir de agora, entre nós
não haverá mais segredos.

Poema e foto de
José Alberto Mar
- In, Colectânea "Os Dias do Amor". Pág. 304,
Editora Ministério dos Livros.2009

9 comentários:

Graça disse...

Lindíssima a foto... no espelho das palavras, num encontro perfeito.



Um beijo meu.

José Alberto Mar disse...

Perdido 1 tanto ou quanto entre os vários ramos da "Menina Marota", do "Refúgio", da "Poesia Portuguesa" e da "O."
vejo como a foto e o poema se saem bem neste fundo negro, depois da árvore aluada de Pina Baush e o mais que virá,antes da morte que não existe.

bjis

j.a.m.

Helena Peixoto disse...

Magia pura... Um encontro perfeito de dois amantes como todos sonhamos já um dia...Obrigado por nos permitir ler este poema belissimo numa mescla perfeita com esta melodia... Confesso-me fascinada...
bjs

José Manuel Marinho disse...

Poema bem escolhido: como diz Daniel Filipe "é urgente o amor".
Abraço.

Unknown disse...

.

Belíssimo.

Z.

.

Gaby disse...

Os poemas e as fotos son maravilhosas, continue assim.

Manel do Montado disse...

Visita rápida...bjinho.
Bom fim de semana.

DE-PROPOSITO disse...

'e tu pareces não ser'
---------------
Nem tudo o que parece, é!... Algo semelhante, ao existir, sem existir.
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel

Lumife disse...

Matando saudades...

Bom fim de semana

Beijos