quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Pergunto...

Pintura de Diana Cummings


Pergunto o que é o segredo da vida, se
é que a vida tem algum segredo. Pelo
menos, quando se pergunta, é porque se
sabe que nem tudo se pode saber.

Mas quando não encontro resposta para
isso, e só as frases cortadas a meio insistem
em dar-me certezas, ponho em dúvida que
a vida tenha segredos para quem vive.

Ando à volta com o que sei e o que
não sei quando pergunto que segredo
tem a vida. Para além das árvores, para
cá do rio, o que interessa é o que não se vê.

Mas pode ser que não se precise de
perguntas para viver. Faço o que tem de ser,
sem responder, e sei o que faço, sem
perguntar, para este segredo revelar.

Poema de Nuno Júdice 


14 comentários:

Hélder disse...

Este poema encerra aquela que é para mim, talvez, a maior inquietude da vida.
Identifico-me muito com ele.
Obrigado Otília.
Beijos.
Hélder

Paula Raposo disse...

Um belíssimo poema de questões para as quais não obtemos resposta. Bom fim de semana, beijinhos.

Amita disse...

Uma das muitas questões
que, na sua inquietude,
o poeta se lhe põe.

Lindo poema.
Jinhos e uma flor

Peter disse...

A minha ignorância leva a interrogar-te se este Judice é o advogado que foi Bastonário?

Os problemas que ele põe são os que ponho a mim mesmo e que me levam a embrenhar-me no Cosmos, maravilhando-me e interrogando-me.

Autorizas que publique um poema do teu livro no "Peter's"?

Bom fds.

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

Um poeta que tb admiro.

BFS


Beijos

Graça Pires disse...

Excelente, sempre, Nuno Júdice.
Beijos MM

Jaime A. disse...

Parabéns! Você foi galardoado (a)!


Jaime A.
www.soprodivino.blogspot.com

observatory disse...

nao ha nada de compicado nas minhas coisas

sai coisas infimas :)))))



bonito o seu blog

obgado pela visita

Art&Tal disse...

1 novembro

17:00

livraria gato vadio

r. rosario - porto

nao perca :)

reaccionário impudente disse...

Minha Querida Amiga,
Verifico que tem as suas imagens protegidas de cópias, dispondo-se porém a cedê-las, caso lhe peçam.
Como sou muito ignorante destas matérias de direitos autorais e outros direitos do género, queria perguntar-lhe se nos sítios de onde as copiou teve de pedir alguma autorização aos seus autores, editores, etc. Não leve a mal esta minha singela pergunta. Só queria compreender como funcionam estas coisas.
Saudações,

Rosa Brava disse...

Caro reaccionário impudente

Como não se identifica e o seu registo na Blogspot é anónimo, respondo-lhe aqui mesmo, abrindo uma excepção já que habitualmente e como mandam as regras da boa convivência bloguista, costumo retribuir a visita de quem me visita pela primeira vez.

Se reparar, todas as imagens e textos que não sejam de minha autoria, estão devidamente identificados com o nome dos seus autores, o que não acontece com alguns dos blogues que aqui vêm buscar imagens e se “esquecem” da autoria das mesmas… Logicamente, que o “não deixar copiar” é um Pró-forma uma vez que a maioria das pessoas que navegam na net sabem muito bem contornar essa situação.
O que aqui verdadeiramente interessa é chamar a atenção para que, as imagens ao serem divulgadas, tragam também o nome dos seus autores.
Grata pela visita, mesmo que anónima…

reaccionário impudente disse...

Cara Rosa Brava,
Muito obrigado pelo seu esclarecimento. Acho estimáveis as suas intenções. A falta de menção do nome do autor, no caso de uma pintura, significa dar mais valor ao texto e menosprezar o artista plástico. E olhe que esta falta vem, por vezes, de quem menos se espera. Quando o Nuno Júdice lançou o seu blogue ( A a Z, que curiosamente não vejo entre as rosas do seu jardim), as pinturas com que os poemas dialogavam não traziam a indicação do nome do autor. Depois isso foi corrigido, mas ficou esse erro inicial que parecia diminuir uma arte diante da outra.
Segundo Simónides de Céos "a pintura é poesia muda" e "a poesia é pintura falante". É esse sentido de dignidade de ambas as artes que Horácio resumiu, na "Epistola ad Pisones", na célebre fórmula "ut pictura poesis".
Saudações,

Rosa Brava disse...

Meu "Amigo" reaccionário impudente…

Parece-me que se está a tornar um hábito ter que lhe responder neste espaço, coisa que, sinceramente, não é meu hábito já que, gosto de retribuir a visita de quem me visita, mais tarde ou mais cedo….

Não vou contestar as suas afirmações, o meu papel aqui não é esse, mas sim o de partilhar aquilo que gosto e me faz sentir bem, pois cada um tem o seu modo de estar, tanto no virtual, como no real.

Quanto a Nuno Júdice, não faço juízos de valor, apesar de em tempos ter reparado, também, nessa circunstância. Como já dizia alguém "A Pintura é um estado de alma…" tal como a poesia; referir ambas faz parte do meu próprio sentimento poético e como diria Mário de Sá Carneiro: "Eu não sou eu, nem sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio..." in "Poesias", Ática, 1991, pág. 94, apesar de, no meu entender, no caso a que alude… "Errando discitur"...

Questiona-me sobre a não referência neste blogue do link daquele autor.

Pois bem… no anterior Template, que acidentalmente desapareceu, fazia-se referência a quem visitava este Blogue. Mantive o mesmo entendimento, embora os nomes dos itens tenham mudado com o novo Template.

Nuno Júdice é um Poeta que admiro muito, que se encontra "linkado" em mais de um dos meus cinco blogues dedicados a poesia, para além de se encontrar, igualmente, citado na maioria deles.

O não estar aqui, não tem qualquer relevância para além daquela que referi.

Deixo um abraço e espero ter respondido a todas as questões apresentadas.

nina rizzi disse...

belíssima, belíssima imagem. inspiradora, me lembrou a femme l'ombrelle de monet. o poema de igual beleza, "ser o que se tudo que posso ser é um ser/ pensante? tanto quanto os que pensam/ e o que pensaram os que pensaram em ser?/ pensam serem seres pensantes?/ ao diabo com todo o pensamento[...]" pena eu não poder ouvir a música...

hasta :)