Imagem de Mark NaksamA quem senão a ti direi como estou triste?
Mas se a tristeza vem de tu não estares,
como ta direi, como hei-de juntar
o que me está doendo ao vento
que não bate mais à tua porta?
Eu sei que a tristeza é só isto, é só isto,
o descoincidir consigo mesmo, eu sei,
descoincidir com os outros, estava previsto
porque dentro de si o mundo não coincide e
não há senão tristeza. Em cada um está Cristo
sempre abandonado, cada um abandonado
a si mesmo, sem princípio e sem fim,
pois no princípio o amor era dado
promessa de te ter sempre junto a mim
não ausência, nem dor, nem habitado
ser por todo este absurdo. Morrer
um pouco, disse, sem saber o que dizia
pois eram só palavras, como se a prometer
tudo aquilo que havia e não havia.Não haver palavras és tu a desaparecer.
(Poema de Bernardo Pinto de Almeida in “Hotel Spleen”)
10 comentários:
gostei muito do poema. excelente poeta...
"não haver palvras é tu a desapareceres" é uma expressão mto bela...
São tão tristes as ausências...!
Deixo um beijo colorido para alegrar um dia cinzento. :)
I.
Uma imagem fabulosa!
Ler este poema ao som da musica que toca, é um momento perfeito!!
[[Morrer
um pouco, disse, sem saber o que dizia
pois eram só palavras, como se a prometer
tudo aquilo que havia e não havia.
Não haver palavras és tu a desaparecer.]]
Gostei muito e vou voltar
Áurea Aires
mais um que não conhecia! Tou a ver que estou muito ignorante na matéria!! É o 2º. que descubro esta noite. E é a 2ª. imagem fabulosa que ofereces!! Adorei muito simplesmente esta imagem que se enquadra dentro da mensagem que o poema me transmite.
Bjs ;-))))
Jinhos...adorei o poema, a imagem de Mark Naksan, e a música belíssima.
Jinhos mil
Olá
Rosa brava...
Neste fabuloso blogue, emocionei-me...
de tão dolorosamente belo, este poema.
Fica bem
Beijos
Chuva não é certamente...
a tristeza, o menancial da poesia, coincide c o meu estdo de espirito hoje ... gostei pq gostei, gostei pq estou triste... bjs
Tal como no poema,
len-ta-men-te
desapareço... nas palavras,
sob um Janeiro feito de ausências, de correrias,
de tarefas inclementes...
E das penas voam águas.
Grata pelo incentivo que este belíssimo poema nos traz.
Bjos
Que mais dizer? Um poema de extrema sensibilidade...
Beijo,
Raquel V.
A Páginas tantas...
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